Olá
"F."
O Niilismo é um treco interessante de se explorar.
Um tempo atrás, algumas pessoas ficaram indignadas comigo justamente
nesse assunto (agora porque isso seria surpreendente).
Uma espécie de nebulosidade
é a única maneira que eu conheço de descrever o niilismo.
O niilismo poderia ser visto como uma conseqüência da imersão
nessa nebulosidade,
Bom, me
disseram que as típicas definições de niilismo são
essas abaixo:
(Meus dois centavos, enquanto isso...)
“Niilismo é a crença de que nenhum valor tem base e de que nada pode ser conhecido ou comunicado.”
O fato de que nenhum valor tem base, não é
uma base?
Segundo, nessa própria crença alguma coisa não está
sendo expressa?
Que nada possa ser conhecido, novamente, é um conceito dentro do conhecimento....
Que nada possa ser comunicado, é comunicação...
"É frequentemente associados com extremo pessimismo e ceticismo radical que condena a existência. Um verdadeiro niilista não acredita em nada, não tem lealdades, e nenhum outro propósito além de, talvez, o impulso para destruição."
Não
acreditam em nada, no entanto acreditam que exista uma entidade, que pode
acreditar em nada.
Buscar destruir significa que primeiro se reconhece a substancialidade do
que se busca para destruir, não é?
“Enquanto que poucos filósofos se chamariam de niilistas, o niilismo
é mais frequentemente associado com Friedrich Nietzsche que disse que
seus corrosivos efeitos destruiriam eventualmente toda a moral, religião,
e convicções metafísicas e precipitaria a maior crise
na história da humanidade. No século XX, os temas niilistas
tais quais a falência epistemológica, a destruição
dos valores, e a ausência de propósito cósmico - tem preocupado
artistas, críticos sociais e filósofos.”
Em todas essas pré-ocupações, a
existência de um "eu" independente, um entidade independente,
é pressuposta.
Uma outra definição foi:
“Uma definição universal de niilismo poderia bem ser a
rejeição daquilo que requer fé para salvação
ou realização, o que abrangeria qualquer coisa da teologia até
a ideologia secular.”
A rejeição
precisaria de um "rejeitador".
Daí porque uma questão comum de se perguntar, quando se depara
com o limite do "é tudo uma ilusão", é... para
quem a ilusão... é uma ilusão?
O conhecedor da ilusão como ilusão, não pode estar separado
da ilusão,
Os camaradas Zen costumavam endereçar essa questão com sua elegância
costumeira:
Primeiro
as montanhas são montanhas, e os rios são rios.
Depois as montanhas e bosques são ilusões.
E finalmente as montanhas são montanhas, e os bosques são bosques...
“Dentro do niilismo a fé e os valores similares são descartados porque eles não tem substância absoluta ou objetiva, eles são inválidos e servem somente com uma outra mentira explorada e que nunca produz qualquer benefício estratégico social.”
Então, aquilo que é assumido como não sendo uma mentira, é também o que vai produzir o "benefício estratégico", pra quem é o benefício, um benefício?
A fé é um risco imperativo para grupos e indivíduos porque ela compele a suspensão da razão, da análise crítica e do senso comum. Nietzsche uma vez disse que a fé significa não querer saber. A fé é "não permita que esses fatos tolos fiquem no caminho do nosso plano político ou nossa caminho místico para o paraíso"; A fé é "faça o que eu digo porque eu disse". Todas as coisas que não podem ser provadas precisam de fé, a utopia precisa de fé, o idealismo precisa de fé. Foda-se a fé.
<risos>.
Ao não querer saber o que é fé, você manda a fé
se foder.
A crença, de que existe uma entidade que tem a possibilidade de "querer"
ou "não-querer", isso não é fé?
O segundo elemento do niilismo rejeita a crença em um propósito final, como se o universo fosse construído sobre eventos não randômicos e como se tudo fosse estruturado em direção a uma eventual revelação conclusiva. Iss é conhecido com teleologia e é a falha fatal que está presente em todo o arco-íris de soluções falsas do Marxismo ao Budismo e tudo o que está no meio. A teleologia compele a obediência em função de um cumprimento de um "destino" ou "progresso" ou alguma meta similar. A teleologia é usada pelos déspotas e sonhadores utópicos como uma motivação coercitiva criando somente um outro apocalipse apócrifo; é o verdadeiro jeito de guiar a humanidade pela coleira - diga a eles que é tudo parte de um grande plano então continue no jogo! Pode até mesmo parecer razoável mas não existe e nunca existiu qualquer evidência de que o universo opere teleologicamente - não existe propósito final.
Isso é correto.
O propósito só pode operar sobre a presunção da
mudança. Se eu sou o Alfa e o Ômega, simultaneamente,
..........existe alguma mudança, .........existe algum propósito?
Essa é a beleza singular do niilismo, e que nenhum outro sistema de idéias tem. Se libertando do jugo da teleologia a pessoa ganha uma nova perspectiva porque pela primeira vez é possível encontrar respostas sem se remeter àquelas percepções pré-existentes. Nós ficamos finalmente livres para descobrir o que realmente existe e não somente uma evidência parcial que dá suporte ao pretexto original e noções falsas que fazem um inferno aqui na terra. Então foda-se a teleologia também.
<risos>
"Nós ficamos
finalmente livres", ...........quem é o "nós"
nessa afirmação?
Daí porque no caminho da negação (o niilismo não
é nada mais do que isso), no caminho do "neti, neti", (nem
isso, nem isso)....... não existe completude ao menos que o "negador"
seja negado.
O que obviamente não pode ser conseguido pelo próprio negador, fazendo do niilismo um oxímoro. Então se não pode ser conseguido, mas pode ocorrer, ..........foda-se o "neti, neti" e faça dele " yeti, yeti" (É isso, É isso).
Que parece mais divertido do que do outro jeito...